quarta-feira, 23 de novembro de 2005
quinta-feira, 27 de outubro de 2005
terça-feira, 27 de setembro de 2005
Rubrica: "Continue Você"- PARTE 1
Aquela sensação picante de uma perna dormente, demasiado tempo dobrada, a voltar à vida apoderou-se-me lentamente de todo corpo.
Reparei, com estranho espanto, que já era de dia, pois a merda da vizinha do 2º direito estava outra vez a tocar aquela música, mas desta vez, porém, soava diferente...
Conseguia ver algumas lâminas de luz aguçadas a tentarem infiltrar-se pelas apertadas frestas da persiana, pareciam mais numerosas do que nas outras manhãs. Estava ensonado, era normal. Sentia no entanto que não tinha dormido tudo o que deveria ter dormido. Mas a merda da vizinha tocava aquela música exactamente à mesma hora todas as manhãs, e eu não me tinha deitado mais tarde do que era habitual.
Lá fora, o deprimente chilrear dos pássaros misturado com o som ventoso dos carros-citro-poluentes, esse parecia o mesmo de sempre. Talvez tivessem mudado um pouco a gravação, por vezes isso acontecia, mas soava ao mesmo...
Esperei que o ânimo surgisse abruptamente para me permitir sair da cama, mas nem a lembrança de que o Benfica jogava hoje uma partida importante para a Taça dos Campeões Regionais surtiu algum efeito. Permaneci quieto. Pesado. Sentia que o meu corpo tinha cavado um sulco no colchão da cama, mas talvez fosse o resultado da sensação de dormência. Estaria outra vez com gripe? Ainda bem que tinha comprado mais comprimidos azuis. Gostava de me prevenir. Não, desta vez era algo diferente. Sentia-me como se tivesse estado morto, mas no entanto era manhã outra vez.
O efeito dormente a percorrer-me o corpo estranhamente pesado tardava em passar e a habitual tesão matinal de outros dias tinha-se agora transformado numa vontade indómita de mijar os lençóis soados e quentes. Aguentei. Mas não sem uma dor aguda no baixe ventre que se alastrou rapidamente a todo o corpo como uma enxurrada de picadas de abelhas. Berrei. Berrei tanto que a música parou. O pequeno alívio da dor transformou-se num estranho som que ecoou pelo quarto. Irreconhecível. Assustei-me. O sulco esculpido pelo meu próprio corpo enchia-se agora de um líquido quente. Sentia-me a boiar.
A minha voz! Esta não era a minha voz! Parecia-se com a minha voz, mas não era. No entanto, eu, sentia-me eu. Mas diferente. Aquela voz rouca e fraca fez-me despertar mais do que a própria dor que agora não passava de uma atordoante memória húmida. Mas isso já não importava. Tentei articular a medo algumas palavras... mas a voz era demasiado assustadora. Calei-me. Estava desperto. Paralisado. Não pertencia ali. Não me pertencia. Mas aquele quarto era o meu e eu sabia que eu era eu. Tinha a certeza. Absoluta.
Tentei olhar em redor, parecia tudo normal. A penumbra monocromática do quarto permitia-me ver o meu casaco e cachecol vermelho pendurados no cabide da porta e o retrato da minha mulher na parede em frente que eu contemplava todas as manhãs ao despertar. Era o mesmo retrato. Familiar. Senti um fugaz e doce alívio. Mas a arrepiante lembrança daquela voz rapidamente desvaneceu qualquer esperança de normalidade matinal.
Já tinha ouvido falar em casos, não completamente provados, de sujeitos que relatavam que tinham acordado com 82 anos da noite para o dia. Juravam que na noite anterior, antes de adormecerem, estavam na casa dos 30. Sempre achei estes casos algo exagerados, mas desde que o 3º Governo da 5ª Era anunciou que o acesso às máquinas de emigração intergalácticas tinha sido provisoriamente interdito a algumas das classes trabalhadoras mais baixas que eu desconfiava de tudo e não julgava nada do que ouvia como absolutamente absurdo. O benefício da dúvida era agora a minha religião.
Agora é que era. Agora ia mesmo levantar-me da merda da cama. Iria a correr à casa de banho e o espelho seria a prova de alívio que eu tanto ansiava...
Acordar um dia com 82 anos, e pensar que se levou uma vida inteira apenas a lutar contra a monotonia seria demasiado para mim. Não era de facto o momento oportuno para me acontecer uma coisa deste género.
Vou-me levantar caralho! É agora...
Despejado por Unknown às 23:06 2 comentários
quarta-feira, 21 de setembro de 2005
quarta-feira, 14 de setembro de 2005
sexta-feira, 12 de agosto de 2005
AxCx - Anal Cunt
Um grupo de partir a carola!
Músicas com nomes como "Hitler era um homem sensível...", só podem mesmo ser muito, muito bons!! ANAL CUNT!
Despejado por Unknown às 18:30 3 comentários
terça-feira, 19 de julho de 2005
quarta-feira, 13 de julho de 2005
Rogério, o caranguejo daltónico - compilação com continuação I
Rogério, o caranguejo daltónico
Nas distantes praias de um qualquer pais tropical vivia uma larga colónia de caranguejos. Embora todos eles tivessem diferentes particularidades, interesses e personalidades, este relato foca apenas algo que se aconteceu numa soalheira tarde Julho a um caranguejo chamado Rogério.
Antes é necessário um breve esclarecimento sobre caranguejos, destinados aqueles que não estão familiarizados como esta curiosa espécie. Os caranguejos são animais com uma visão apurada. Isto deve-se a longo processo de evolução e selecção natura que dispensarei de abordar neste momento. Este forte sentido permite-lhes identificar rapidamente e a alguma distância qualquer perigo que se aproxima por terra, água ou ar. Esta visão, que é suportada por dois olhos salientes da casca e ligeiramente elevados. Assim os caranguejos podem espreitar das suas tocas, onde ficam a salvo da maioria de perigos, e sair apenas quando não haja sinal de perigo. Como os caranguejos dizem: “quando a costa está livre!”.
Alem disso, e sem que acrescente nada à esta estória, havia essencialmente dois tipos de caranguejos: os pretos (que vivam nas rochas) e os amarelos claros que viviam na areia. O nosso amigo Rogério era desta segunda espécie.
Rogério vivia numa bela praia de areias claras, acompanha por preguiçosos coqueiros. Os seus dias eram bastante simples: abrigado no seu buraco na areia, que o ajudava a manter fresco, saia rapidamente para caçar outros animais, que fossem mais pequenos que ele, e evitava os animais maiores que ele. Em geral os animais que por lá existiam eram pequenos e nutritivos pulgões, e, em menor quantidade alguns humanos.
Faço aqui uma pausa para esclarecer que para esta colónia de caranguejos não existiam esta complexas definições. Limitavam-se a perceber o que era comida e o que era ameaça. Os caranguejos gostam de manter as coisas simples.
Estes humanos, ou ameaças para os caranguejos, dividiam-se essencialmente em dois tipos. Os naturais e os turistas. Não que os caranguejos tivessem esta definição tão complexa, pois os seu conhecimento de geografia não está assim organizado e é mais limitado ás redondezas onde vivem. O caranguejos são essencialmente práticos.
Ultimamente os humanos turistas eram mais numerosos, uma vez que com desconhecimento da grande maioria dos caranguejos tinha sido construída uma pequena colónia turística junto daquela praia.
Para os caranguejos isto não fazia grande diferença, excepto que este humanos eram mais dificilmente identificados, pois confundiam-se mais facilmente com a areia. Também por esta altura, Rogério ganhara a fama de ser destemido, pois deixava-se ficar muito próximo deste humanos-ameaça novos.
Rogério pelo seu lado começara a estranhar que todos os outros caranguejos era mais medrosos, pois fugiam sem razão aparente. Associava o pensar nisto a ser causa de distracção e isso explicava os sustos que apanhava.
Um dia, estando escondido num buraco com o seu amigo Cardoso, preparava-se para sair e este agarrou bruscamente:
-ó Rogério pá, tu andas um granda maluco! Então vês esta ameça aqui perto?
Rogério estranhou e olhou não vendo nada:
- onde men? Não vejo nada. Estás maluco Cardoso?
- Não pá, aqui mesmo á frente! Uma daquelas ameaças andantes grandes clarinhas!
Observando melhor, Rogério conseguiu perceber algum movimento.
-eh pá! Tenho apanhado cada susto com estes gajos! Não se vêem quase!
O Cardoso veio espreitar melhor
-Não se vêem men? Estás parvo! Vê-se perfeitamente! São dois, e dos grandes, men!
Rogério voltou a confirmar e pouco via.
-Ó Cardoso, tu estás a dizer-me que vês sito perfeitamente? Não os confundes com a areia men?
-eh pá! Perfeitamente! Topo os tipos na boa. Olha agora já dá p’ra sair! ‘bora lá caralho!
Este episódio marcou profundamente Rogério, e nesse dia alheando-se das suas tarefas diárias de procurar comida, ficou pensativo. Não ficou perdido em tristeza por não ser tão bom como o Cardoso, não ficou pensativo preocupando-se na fraqueza que a sua prole teria e que isso poderia ser causa de selecção natural (não que fosse um don juan, mas o Rogério tinha algum sucesso entre as caranguejas...), nem pensou muito sobre o seu daltonismo, até porque desconhecia o que isso é (a medicina dos caranguejos é bastante primitiva).
Nessa tarde e noite Rogério debateu-se a pensar que não via o mundo como o Cardoso, e que provavelmente nenhum dos caranguejos veria o mundo que os rodeava de forma de igual. Esta ideia algo absurda tornava-se para ele fascinante.....
CAPÍTULO 2
Paulo acordara cedo. Nem o mal-estar provocado pelos excessos da noite passada o mantiveram deitado. Entre as pulsações da dores da enxaqueca ouvia o sussurrar das palavras da sua avó Arminda: «Antes doer a cabeça que o coração, rapaz!». Sorriu, largando um olhar estremunhado para a luz que entrava pela janela do quarto. O sol ainda não havia despontado.
Já na praia, o cheiro a mar, a brisa amena e o fresco da areia pareciam-lhe dizer que tudo estava bem. Os episódios de ontem pareciam memórias vagas de um sonho há muito esquecido. Como que levado pela imensidão do azul do mar, caminhou para a água.
Junto à espuma, um caranguejo amarelo parecia olhá-lo sem o ver. Que ironia - «...nem mesmo eu tenho a certeza.» Era assim que se sentia.
Após alguns minutos a cheirar o mar e sentir o fresco da manhã, Paulo sentia-se mais com mais energia. Foi como se recuperasse toda a lucidez perdida na noite anterior. Parecia que tinha dado um passo em frente, num sentimento que misturava uma sabedoria mais madura e um entusiasmo juvenil. Com essa disposição sentou-se na areia húmida da manhã, e com os cotovelos pousados nos joelhos apoiando o queixo nos braços contemplou, com uma simpatia infantil o pequeno caranguejo que parecia olha-lo sem o ver. Estranhamente sentia-se próximo e amigo daquela pequena criatura.
Do outro lado Rogério, permanecia envolvido naquela ideia absurda mas que o fascinava. Activo desde mais cedo que os resto dos caranguejos, não dedicara as primeiras horas de luz à habitual busca incessante de comida, preferira ficar na areia concentrando-se no que via, tentando perceber como surgiam esses vultos (quase) invisíveis.
Por esta altura Rogério conseguira identificar Paulo. Resistira ao instinto de correr ao seu buraco, e abstendo-se de tudo mais (que loucura!) observara ele sentar-se à sua frente. Parecia que ele mesmo o estava olhar. “será que este também não me vê?” Esta pergunta estranha, nuca havia pensado em tal coisa, ocorreu-lhe à mente. E outra mais estranha ainda: “o que verá este ser aqui sentado?”. Rogério absorveu-se nesta ideia intensamente. Observava Paulo, a estranheza do corpo, a sua estranha expressão observando-o. “estaria mesmo a observá-lo?” “que pensaria ele?” “quem seria ele?”.
De repente, concentrando-se fortemente na imagem que observava, sentiu com que saísse pelos olhos em direcção aos de Paulo com um relâmpago viajando.
Num movimento brusco o corpo de Paulo caiu para trás. Deitado sobre as costas de braços abertos, cerca de um metro acima de onde antes estava sentado. Parecia um Cristo inconsciente deitado na areia branca. Lentamente abriu os olhos, e através destes olhos observava agora Rogério as pequenas nuvens brancas no céu azul da manhã sentindo a estranheza de um corpo que não era o seu...
Ao olhar os pequenos olhos de Rogério sentiu um forte empatia com o animal, sentiu-se a caminhar pelo seu próprio corpo dentro duma frágil carapaça e munido de pequenas tenazes. O caranguejo pelo seu lado arrependeu-se da sua aventura e repugnou-lhe o corpo hirsuto de Paulo que se confundia com a areia. Parecia aqueles cadáveres de alforrecas que o Cardoso gostava de pisar e comer. Quis fugir, mas a mão enorme de Paulo deteve-lhe o impulso.
- Anda cá pequeno caranguejo – onde vais tu?
Rogério não percebendo o que Paulo lhe dizia, sentiu que ia morrer.
Paulo, pelo seu lado, não sabia pensar. Queria pensar como antes, mas só pensava em comida e caranguejos. Caranguejos. Num breve lampejo duma memória que lhe parecia muito distante, suspirou:
-mas... eu sou sagitário...
Entretanto em redor destes dois a colónia de caranguejos vivia estes momentos com quase tanto terror como Rogério. ali perto, a menos de dois metros atenezavam-se dois caranguejos como medo de serem os próximos. O caraguejo de baixo era o Cardoso. Não via nada do que se passava, apenas ouvia o que relatava o seu amigo Julio.
-oh Cardoso, desta é que o teu amigo se foi men!
-atão meu! qué que se passa? -gritava cardoso abafado no buraco
-o tipo grande sacou-o men... também o Rogério esticou-se... estava ali tipo mosca morta a olhar par o nada..
-mas ele apanhou-o?... sai lá, pá deixa ver!
Cardoso tentava perceber o que se passava, mas Júlio estava à sua frente impedindo-o de espreitar da toca. Com a excitação Cardoso empurrava Júlio para poder espreitar.
-Calma lá men!-retorquia Júlio- não me empurres... eu não quero ser o próximo...
-Então deixa ver pá... sai lá por um instante e vem cá para baixo!
-´tás maluco? achas que vou sair agora? ainda por cima ir para ai cheirar o tu cu! foda-se...
-eh pá, ó Júlio deixa-te de merdas! o Rogério está ali á rasca e tu vens com essas merdas! ou sais e deixas-me passar ou empurro-te daqui para fora!
Júlio um pouco intimidado, mas com medo de sair replicava:
-eh mas tu vais fazer o quê? vais lá e arrancas uma perna ao manel? foda-se quando há perigo o truque é ficar na cova, não é ir armar-nos em heróis! já viste o tamanho do bicho?
Com isto júlio segurava-se nas bordas da toca com as duas tenazes, tornando infrutiferas as tentivas do cardoso o empurrar. Cardoso desistiu de o empurrar e começou a escavar para o outro lado para chegar á superficie pois o buraco onde estavam era pouco profundo.
Júlio em panico começou a gritar:
-não faças isso que o buraco desmorona-se e ficamos os dois desprotegidos!
cardoso não queria saber, precisava de ver o que se passava, e nada iria impedir isso.
Após algums esforço surgiu na superficie num movimento nervoso e rápido. Logo ao lago a outra ponta da toca onde Júlio se abrigava cobardemente. Surgiu e espreitou, vendo Rogério sobre a palma da mão de Paulo. Pousava sobre a sua mão parado. Estava vivo, mas Cardoso pensou que era o seu fim...
CAPÍTULO 3
João, no carro, punha o rádio ainda mais alto. Tentava, com a música aos berros, abafar a torrente de pensamentos que o atormentavam desde ontem.
Ainda não tinha dormido. A realidade parecia distante. «Como pode ele deitar a perder anos uma relação de anos por uma mera casmurrice?», surgia-lhe de vez em quando. Tudo à sua volta o fazia pensar nele: a merda do cheiro a pinheirinho que ele tanto fazia questão, o São Cristóvão de plástico para proteger nas viagens, os «naperons» a chapeleira... Sim, Paulo tinha um gosto foleiro, mas era também o seu melhor amigo. Pelo menos havia sido, até à noite passada.
De novo punha o rádio ainda mais alto tentando calar as ideias que lhe surgiam à mente. Tentava ver Paulo como o seu melhor amigo, mas então o que tinha sido aquilo ontem á noite? uma loucura de amigos? ou será que agora Paulo era agora seu namorado? seria isto incompativel com ser o seu melhor amigo?
de novo João tentava por o rádio umpouco mai alto. não dava, estava no máximo, e então descarrava isso tudo no pedal do acelerador, rugindo enraivecido pela estrada pacata de uma manhã de Julho.
Paulo por seu lado estava fascinado com o o que sentia por Rogério que estava ali na sua mão e inconscientemente passava tentava com a sua mão tocar em todas as arestas e vertices da pequena e frágil carapaça de Rogério numa vâ tentativa de chegar ao que o caranguejo tivesse de mais parecido com alma dos humanos.
Rogério começou a ficar assustado e usou as suas tenazes nas mãos de paulo que num impulso largou Rogério, que se estantelou na areia húmida da praia
-Filho da puta do caranguejo hã!!! Tão pequenino e já tão ordinário!!!
Paulo rapidamente se levantou e preparava-se para pisar o caranguejo num misto de raiva e tristeza.
Mas quem era Paulo? Rogério? Rogério no Paulo? Paulo no Rogério? Rogério no Paulo, forma abreviada de dizer Rogério no corpo de Paulo, nunca poderia esmagar o cabrão do caranguejo. Apesar da raiva, ainda os via como sendo dos seus. Paulo no Rogério, forma também abreviada de dizer Paulo no corpo de Rogério, ainda que assustado, sentia, pela primeira vez na sua vida, poder. Em criança sempre havia tido um fetiche por tenazes - segredo que nunca tinha contado a ninguém.
«TENAZES! TENAZES!», pensava. Se, por um lado, estava todo confuso com a mudança, por outro, sentia-se excitado. Não daquelas excitações de retórica, mas excitação sexual, da pura. Queria era correr pela praia e espetar com as tenazes - AS TENAZES - em carne tenrinha. «Agora é que quero ver se eles me fogem...», pensava ele já pouco preocupado com a estranha mudança de corpo.
Rogério no Paulo, entretanto, também já não pensava muito mais na troca de corpos. Tal como referimos anteriormente, Os caraguejos (mesmo quando presos em corpos de humanos - tal como constatam agora os cientistas que acompanham esta estória) não pensam em muita coisa. Caranguejos e comida - e em reprodução, ocasionalmente. Assim sendo, Rogério no Paulo começa a correr praia fora, à procura de um buraco (suficientemente grande) para se esconder. Primeiro de quatro, depois sobre duas pernas. Entretanto passam por si duas jovens a caminho do mar. Paulo pára e olha para elas. Olha para o sol. Olha para a areia. Dentro de si o mais forte apelo da natureza - REPRODUÇÃO.
Despejado por Henrique às 12:11 1 comentários
domingo, 10 de julho de 2005
Desculpas esfarrapadas
Sempre achei piroso aquelas postas que dizem:
«Desculpem lá, mas não tenho podido postar porque...»
Pois agora aconteceu-me a mim.
Desculpem lá, mas não tenho podido postar porque...
Despejado por Henrique às 21:49 3 comentários
sábado, 9 de julho de 2005
Graças à seca, agora até já sinto remorsos quando bebo água...
Despejado por Henrique às 06:33 2 comentários
sexta-feira, 8 de julho de 2005
E se, numa qualquer madrugada de nevoeiro, aparecesse, por fim, o D. Sebastião?
Ia ser tão aborrecido explicar-lhe que isto é agora uma república...Despejado por Henrique às 16:55 1 comentários
O meu avô achava que o Beethoven era um agricultor famoso...
É que toda a gente o conhece pela sua quinta.
Despejado por Henrique às 12:09 23 comentários
Contentores: piadas à avô
quarta-feira, 6 de julho de 2005
Às vezes sinto que sou um personagem fictício. Noutras limito-me a tirar partido disso.
Despejado por Henrique às 20:58 0 comentários
sexta-feira, 1 de julho de 2005
quarta-feira, 29 de junho de 2005
Escrever num blogue é como pôr coisas numa montra.
A deste fica numa rua secundária, ao lado de um alcoice e de uma bodega mal frequentada.
Despejado por Henrique às 22:49 0 comentários
Descoberto o paradeiro
de um há muito desaparecido.
Ei-lo!
Despejado por Henrique às 17:46 5 comentários
O meu avô, em toda a sua sabedoria, achava que já que se o sol se punha também se devia tirar...
Despejado por Henrique às 17:41 0 comentários
Contentores: piadas à avô
O meu avô, em toda a sua pacata ingenuidade, achava que Debussy era o nome de música para casa de banho...
Despejado por Henrique às 16:47 0 comentários
Contentores: piadas à avô
terça-feira, 28 de junho de 2005
O meu avô sempre teve muitas dificuldades com o inglês...
até que um dia descobriu a vaselina.
Despejado por Henrique às 01:18 2 comentários
Contentores: piadas à avô
segunda-feira, 27 de junho de 2005
Preconceituoso era Deus...
mesmo antes dos conceitos existirem, Ele já os tinha inventado.
Despejado por Henrique às 00:13 0 comentários
Contentores: piadas à avô
domingo, 26 de junho de 2005
Petição
«Acabem com as minhas anedotas más.»
subscrevem-na na caixa dos comentários.
Despejado por Henrique às 00:18 2 comentários
O meu avô era tão chique, tão chique, mas tão chique, que um dia lançaram-lhe um feitiço para o transformar numa abóbora e ele transformou-se numa courgette.
Despejado por Henrique às 00:01 1 comentários
Contentores: piadas à avô
sábado, 25 de junho de 2005
Uma posta apressada só para lembrar que depressa e bem há pouco quem.
Despejado por Henrique às 23:57 0 comentários
sexta-feira, 24 de junho de 2005
quinta-feira, 23 de junho de 2005
Dado a experiências da minha inteira responsabilidade, o lixo esteve sujeito a umas quantas postas descontroladas, sem qualquer nexo. Embora a experiência, do ponto de vista técnico, tenha sido interessante, do ponto de vista estritamente blóguico não.
As minhas desculpas.
Despejado por Henrique às 21:41 0 comentários
Beethoven era um génio. Surdo que nem uma porta, é certo, mas um génio.
O resto é pura fantasia.
Despejado por Henrique às 15:22 6 comentários
quarta-feira, 22 de junho de 2005
Portugal segundo ZéZé Camarinha
paneleiros
cagadentro
ppaneleiroscabrões
paneleirosxulos
paneleiros
xupaneleiros
broxistas
pipaneleiros
paneleiros
paneleiros
zona de segurança
ALGARVE
Despejado por Unknown às 00:42 2 comentários
terça-feira, 21 de junho de 2005
SENTENÇA JUDICIAL
O adjunto de promotor público, representando contra o cabra Manoel Duda, porque no dia 11 do mês de Nossa Senhora Sant'Ana quando a mulher do Xico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado cabra que estava de tocaia em uma moita de mato , sahiu della de supetão e fez proposta a dita mulher, por quem queria para coisa que não se pode trazer a lume, e como ella se recuzasse, o dito cabra abrafolou-se dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas della de fora e ao Deus dará. Elle não conseguiu matrimônio porque ella gritou e veio em assucare della Nocreto Correia e Norberto Barbosa, que prenderam o cujo em flagrante. Dizem as leises que duas testemunhas que assistam a qualquer naufrágio do sucesso faz prova.
CONSIDERO que o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar com ella e fazer chumbregâncias, coisas que só marido della competia conxambrar, porque casados pelo regime da Santa Igreja Cathólica Romana; que o cabra Manoel Duda é um suplicante deboxado que nunca soube respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quiz também fazer conxambrâncias com a Quitéria e Clarinha, moças donzellas; que Manoel Duda é um sujetio perigoso e que não tiver uma cousa que atenue a perigança dele, amanhan está metendo medo até nos homens.
CONDENO o cabra Manoel Duda, pelo malifício que fez à mulher do Xico Bento, a ser CAPADO, capadura que deverá ser feita a MACETE. A execução desta peça deverá ser feita na cadeia desta Villa.
Nomeio carrasco o carcereiro.
Cumpra-se e apregue-se editais nos lugares públicos.
Manoel Fernandes dos Santos Juiz de Direito
Vila de Porto da Folha (Sergipe) 15 de outubro de 1833
Despejado por Henrique às 23:49 3 comentários
Portugal visto por um portuense
portogal
portogal
PORTO
portogal
mourosmour
mourosmou
mourosmo
mourosmouros
LISBOA
Algarve?
Despejado por Henrique às 12:23 2 comentários
CEM ANOS
FAÇO HOJE CEM ANOS! CEM ANOS! CEM! CEM ANOS!
CEM... SEM ANOS... Com sem anos é que eu agora estava bem, SEM ANOS... ía agora começar tudo de fresquinho.
Mas tenho CEM ANOS e estou aqui dentro. MEXAS! Se alguém me cantar os parabéns parto-lhe os cornos! E tu ó Simone nem abras essa bocarra!
Despejado por Unknown às 11:26 5 comentários
Portugal visto por um lisboeta
???????
porto????
?????
??????
LISBOA
?????
??????
?????
Algarve
Despejado por Henrique às 04:19 3 comentários
nada
Não consigo pensar em nada...
Só penso em coisas... MERDA!
Despejado por Unknown às 02:00 5 comentários
segunda-feira, 20 de junho de 2005
O que é preciso para fazer um puré de palavras-passe?
r: Um palavras-passe-vite.
Despejado por Henrique às 23:43 0 comentários
Contentores: piadas à avô
Qual o verdadeiro problema das palavra-chave?
Acertar com a palavra-fechadura.
Despejado por Henrique às 04:43 0 comentários
Contentores: piadas à avô
Não tenho jeito para nada. Alturas houve em que isso me aborrecia. Agora não.
Despejado por Henrique às 00:16 0 comentários
domingo, 19 de junho de 2005
Gosto de poesia. Tenho impressão é que a poesia não gosta de mim.
Despejado por Henrique às 21:23 0 comentários
sábado, 18 de junho de 2005
Nsicas com letra - nunca me lembraria de um título tão bom para a posta abaixo.
Despejado por Henrique às 19:44 0 comentários
Ainda há quem ache que ser vegetariano é comer soja texturizada todos os dias.
Despejado por Henrique às 03:19 2 comentários
sexta-feira, 17 de junho de 2005
Sem jeito para letras ou números, restam-me os espaços, vazios cheios de nadas.
Despejado por Henrique às 02:15 4 comentários
sábado, 28 de maio de 2005
Ecos do Passado
Que no retrato tenha ficado gravado um instante de um tempo, breve momento que ainda marca o nosso presente - fragmentos contínuos sem registo - não restam dúvidas. Mas vidas inteiras, sucessão de inúmeros momentos iguais a esse, que na simples matemática do tempo tiveram mais peso, não deixaram outras marcas mais profundas?
Despejado por Henrique às 11:40 0 comentários
quinta-feira, 26 de maio de 2005
quarta-feira, 25 de maio de 2005
Blogger com problemas?
É o que me parece. A caixa dos comentários não parece estar a funcionar bem. As minhas desculpas pelo facto.
Despejado por Henrique às 16:35 2 comentários
terça-feira, 24 de maio de 2005
Nerds das estrelas!
24 May 2005
LIGHT-SABRE DUEL PUTS TWO IN HOSPITAL
TWO Star Wars fans are in a critical condition in hospital after duelling with lightsabres made by filling fluorescent light tubes with petrol. The pair - a man aged 20 and a girl of 17 - are believed to have been filming a mock fight when one of the devices exploded in woodland on Sunday.They were rushed to West Herts Hospital before being transferred to the specialist burns unit at Broomfield Hospital, Chelmsford, in Essex.Police say a third person present at the incident was questioned.
Despejado por GuardaSerôdio às 16:22 16 comentários
sábado, 21 de maio de 2005
Quando andar de bicicleta era difícil III
O presente é um instante irrecuperável. Um retrato perpetua-o indefinidamente no tempo, repetindo-o em outros presentes. Nesses, essoutro deixa de ser presente para se transformar num instante de um passado. Contudo, no retrato, o presente continua a ser presente. Olhá-lo desta forma é viajar no tempo, para outro tempo, que embora não seja nosso, passa a ser.
Despejado por Henrique às 10:35 1 comentários
quinta-feira, 19 de maio de 2005
Quando andar de bicicleta era difícil II
Jonas jamais se tinha posto em cima de uma bicicleta. Mesmo assim, e a pedido de sua mãe, lá tirou a fotografia. Jonas ciclista, pensou. Quando me virem, nem vão acreditar. Para o ano compro um bicicleta e aprendo a andar. Entretanto o fotógrafo lá o mandou sair da pose. «Passe por cá daqui a um mês». Entretanto emigrou. Nunca mais pensou no retrato.
Despejado por Henrique às 00:18 0 comentários
quarta-feira, 18 de maio de 2005
Momentos fugazes
Uma alma por detrás do olhar, um sorriso ténue que escondia sentimentos indecifráveis. Úrsula ainda esboçou pensamentos de mandar o retrato para a sua tia Maria ou para a sua irmã. Andava atarefada com o enxoval da prima e com os pequenos afazeres da casa. Falava pouco. Foi atropelada nesse mesmo dia por uma carroça que havia perdido os freios.
Despejado por Henrique às 12:36 3 comentários
Quando andar de bicicleta era difícil
Este senhor jamais sonhou um dia ser posta de blogue. Pimpão, tirou a foto com o melhor fato de ciclista, fez pose e, porventura, imaginou o retrato como prenda de casamento ou de noivado. Nem houve lugar para muita conversa filosófica. Foi o que foi e já se foi.
Despejado por Henrique às 02:21 0 comentários
terça-feira, 10 de maio de 2005
A dúvida de Coriolis
Ontem aprendi algo muito útil e deveras perturbante. De vez em quando ouvem-se umas coisas interessantes daqui de dentro, as pessoas passam por aqui, sentam-se na pedra de mármore, conversam, discutem, etc e um tipo aqui não pode deixar de ouvir, que remédio! É uma maldição. Mas por vezes até compensa estar aqui na cova.
Ontem à tarde a conversa entre 2 marmelos que aqui apareceram foi avassaladora, tão avassaladora que nem dormi nada hoje à noite (excusado será dizer que a porca da Simone roncou que nem uma porca, a inculta!).
Passo a explicar o que me manteve acordado toda a noite:
A água quando sai pelo ralo da bacia, da sanita, do bidé, da banheira, etc sai sempre em rotação no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. Isso acontece porque estamos no hemisfério norte.
Chama-se a força de Coriolis.
Se tiverem uma força a contrariar a direcção dessa rotação é claro que vai rodar na direcção contrária, mas quando as duas forças se equilibram a tendência é a água começar a rodar outra vez no sentido contrário aos ponteiros do relógio.
Mas ontem também ouvi que isto é uma farsa! Que esta força é fraca demais para afectar objectos tão pequenos como a água da banheira.
Não sei em quem acreditar! Será que o Coriolis era um mentiroso e aldrabão?
Alguém pode fazer essa experiência aí fora, por favor?
É que aqui dentro não tenho nem lavatório, nem banheira, nem sanita, nem o raio que o parta!
Obrigado.
Jean Paul Sartre
link
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quarta-feira, 4 de maio de 2005
quarta-feira, 27 de abril de 2005
segunda-feira, 25 de abril de 2005
e agora, algo completamente...
Eu mantenho a minha opinião:
- É sim senhor!
Despejado por Unknown às 14:08 0 comentários
quinta-feira, 14 de abril de 2005
-Vai lá para a sala que não tens jeito para a cozinha, vá...
Está comprovado.
Os homens são realmente mais espertos.
Jean Paul Sartre
Despejado por Unknown às 23:44 7 comentários
sexta-feira, 8 de abril de 2005
sexta-feira, 1 de abril de 2005
1 de Abril: Cuidado com a hora!
Atenção!
A hora legal está errada pessoal! Cuidado!
O Observatório Astronómico de Lisboa, entidade responsável pela hora legal em Portugal Continental resolveu pregar-nos uma partida de 1 de Abril!
www.oal.ul.pt/hora.php
www.oal.ul.pt
Alguém sabe que horas são, mesmo?
Despejado por Unknown às 14:56 2 comentários
domingo, 27 de março de 2005
Anedota do Mês: A primeira pedra...
A primeira pedra
Segundo consta, fazia parte da "cultura" apedrejar as mulheres que faziam uns favorzitos à rapaziada lá do sítio. Ao que se sabe, a Santa Maria Madalena era uma delas.
Era um costume bárbaro. Na altura do apedrejamento da Santa, Jesus Cristo ia a passar no local. Mandou suspender a desumanidade, virou-se para a turba e proferiu:
- De vocês aí, quem nunca errou, que atire a primeira pedra!...
Um lusitano, que estava na primeira fila, nem pensou duas vezes. Pegou numa pedra, puxou o braço atrás... cá vai disto: Acertou mesmo em cheio na mulherzinha.
"Este gajo parece que é parvo!..." - pensou, Jesus Cristo.
O Divino Mestre perguntou:
- Mas tu nunca erraste meu filho?!...
- A esta distância?... Nunca!... - respondeu o lusitano.
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quinta-feira, 24 de março de 2005
Sem ti não sei viver...
Estava aqui a pensar...
A cena de sermos de um clube de futebol a vida toda é realmente estranha.
É que não se conhece ninguém, no seu perfeito juízo, que durante a sua vida, depois de ter "optado" por ser de um determinado clube, ter conseguido mudar para outro. É que não se trata de uma questão de opção, é que não conseguimos mudar, mesmo que queiramos! É deveras bizarro e enervante não termos poder de controle sobre uma decisão aparentemente tão simples como esta.
Existe um período na nossa vida em que isso ainda parece ser possível, e até é possível. É aquele período entre os 7 e 13/14 anos de idade sensivelmente (pode variar). Nesta fase ainda hesitamos e mudamos, por vezes serve apenas para chatear os amigos, outras porque temos realmente dúvidas sinceras que nos atormentam interiormente "Será que este clube é mesmo o melhor? Será que vou escolher bem? Hoje os outros jogaram tão bem... mas eu já tinha decidido que gostava mais destes... Aquele jogador é mesmo muito bom, gosto do bigode e do estilo de jogo dele, tem uns dribles fantásticos mas é da equipa rival daquela que eu mais gostava na semana passada... E o equipamento é mesmo baril! Hoje perdemos e jogamos mesmo mal, vou ser humilhado pelos meus amigos... quem me dera ser do outro clube que ganhou, esses é que são bons!".
É que se trata de uma decisão para a vida toda, é uma decisão que tem que ser tomada com ponderação e certeza, não é uma decisão que se tome de ânimo leve, portanto todos estes avanços e recuos são compreensíveis e desculpáveis. Porque depois... depois deste período conturbado na vida de qualquer pessoa que tenha que passar por ele, meus amigos... é até morrer! Nem que nos inflijam as mais inimagináveis torturas. Nós já escolhemos, não há nada a fazer, não conseguimos voltar atrás. Aos 25 anos percebemos que o equipamento da equipa rival até é mais bonito e que se fossemos dessa equipa gastávamos menos dinheiro e tínhamos menos chatices com os transportes em dia de jogo porque o estádio deles fica mais perto da nossa casa e até podiamos ir a pé? Tarde demais!!! Tivessemos ponderado mais na devida altura. Já não existe nada a fazer. Não há remédio para isto.
Depois ainda existe a fase mais inicial da nossa vida em que só para contrariarmos o desejo do nosso pai (a mãe geralmente é mais imparcial) dizemos que somos da equipa contrária àquela que o nosso pai nos tenta convencer que é a melhor. A equipa do coração do nosso pai, a equipa a que ele está aprisionado para o resto da sua vida. E mesmo assim tenta que nós a partilhemos com ele. A angústia de não ter alguém com quem partilhar a sua cela solitária. Em desepero de causa cola a nossa fotografia com 3 meses de idade num cartão de sócio do clube. Por vezes já aderimos a uma sociedade futebolística antes mesmo de sairmos do quentinho do útero. Sócios à força. Até nos leva a ver os jogos ao estádio e tudo. É como se nos tentassem converter a uma religião contra a nossa vontade, sem nós conhecermos nada, entramos naquela catedral e ficamos contagiados. "ALELUIA É GOLO!!! Viste filho? Aquele senhor de bigode deu um pontapé com força e meteu a bola dentro da baliza!! Não é espectacular???!!! Hã!? Hã!?" É como aquele familiar que nos levava à igreja em putos para nos incutir o gosto pelo sagrado espirito santo. Naquela idade só dá mesmo vontade de contrariar.
E depois ainda existem aqueles que nunca gostaram de futebol e que na flor da vida decidem entrar nesta cela e atirar a chave pela janela. Não compreendo...
Os políticos mudam de cor política, as pessoas mudam de emprego e de religião, casam, zangam-se e divorciam-se, apaixonam-se, desapaixonam-se, mas no futebol não existem divórcios, nem sequer separações, perdoamos tudo ao nosso clube, podemos ficar zangados, amuados, mas nunca vamos conseguir tomar a decisão fatal: "Fartei-me! amanhã vou ser dos outros gajos que até jogam melhor e ganham campeonatos!". Porventura podemos perder algum interesse pelo clube do nosso coração e pelo jogo em si, mas mudar de clube?? NUNCA!
Os jogadores do nosso clube fazem merda da grossa? Não interessa! Insultamos as mães dos jogadores sem estas se encontrarem presentes, agitamos uns quantos lenços brancos e já está, aparecem outros nos seus lugares que vestem a camisola do nosso clube! Os reforços de início de campeonato! Carninha fresca! Ahhhh! Isso sim, a camisola do nosso clube! Isso é que interessa. O recheio da camisola é apenas um conjunto de ossos, carne e vísceras... e duas pernas para pontapear a bola, claro! Ama-se o jogador até que ele vista a camisola de outro clube. Traidor!
Mas nesta altura de início de campeonato damos connosco a pensar: "Com estes jogadores é que vai ser, vêm fresquinhos, tudo pode acontecer! Grandes promessas do futebol internacional!! Lembram-se do argentino Canígia que veio para o glorioso? Pois! Mas nesta altura até podemos ganhar todas as competições! É mesmo possível! Nós acreditamos nisso! Vamos jogar muito bem! Vamos ser fantásticos! Esta é a fase de início de campeonato onde tudo é possível! A pré-época, onde a esperança pelo nosso clube está no auge. Os jogadores novos parecem-nos verdadeiros Clark Kents, escondem um potencial de Super-Homens com um poder absolutamente incrível! A kriptonite não existe em lado algum deste universo. Estes monstros estão prestes a rebentar! Não vemos a hora de os ver humilhar os outros clubes dentro de campo com os seus super poderes. Até sentimos pena dos outros clubes de tão bons e fortes que nós somos. Para quem leu os livros da MAFALDA do cartoonista argentino Quino (se não leram deviam ter lido), é quase como estarmos na pele do Manelinho no primeiro dia de aulas, sentado na sua secretária na sala de aula a pensar: " A professora é nova, não conhece ninguém, ela olha para mim e até pode pensar que eu Manelinho, sou o melhor aluno da turma! Ahahah! Isto é Incrível!" Até que o Manelinho abre a boca para responder a uma pergunta e a partir dai a vida na escola volta à mesma rotina monótona de sempre.
Isto tudo para dizer que não são os jogadores que fazem um clube, nem sequer é um estádio que faz um clube, um clube é um entidade não palpável. A paixão e a ligação a essa entidade é inquebrável.
Isso leva-me a questionar: O que aconteceria se conseguíssemos realmente mudar de clube aos 35 anos?
O mundo desabava! Seria o caos! Ninguém se entendia, acabavam-se os jornais desportivos, convertiam-se os 10 estádios em hospitais e centros desportivos abertos ao público, os homens começavam a ver as telenovelas (da TVI) e a dividir as tarefas caseiras com a mulheres, o Dia Mundial da Mulher não faria sentido existir, o Pai Natal deixava de beber Coca-Cola, o Papa tirava umas férias e o Santana Lopes queria ser Papa em vez do Papa.
É tão impossível como um heterossexual por em prática a decisão:
"Fartei-me! Quando fizer 35 anos vou começar a gostar de homens e a andar à caubói!".
Jean Paul Sartre
p.s.
Links imprescindíveis para coleccionadores das cadernetas de cromos da bola dos anos 80: 1 e 2
Despejado por Unknown às 00:28 0 comentários
terça-feira, 22 de março de 2005
Karaoke: Ó meu amigo, faça favor! Por quem é?!
Oiça a música aqui <[º!º]> e cante!
Nirvana
"Viola-me"
Viola-me
Viola-me, meu amigo
Viola-me
Viola-me mais uma vez
Eu não sou o único (x4)
Odeia-me
Uma e outra vez
Enxovalha-me
Saboreia-me, meu amigo
Eu não sou o único (x4)
A minha fonte interior preferida
Eu beijar-te-ei as feridas abertas
Agradeço a tua preocupação
Irás sempre cheirar mal e arder (meu g'anda cabrão)
Viola-me
Viola-me, meu amigo
Viola-me
Viola-me mais uma vez
Eu não sou o único (x4)
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-me!
Viola-meeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!!
tradução: Jean Paul Sartre
Despejado por Unknown às 21:07 0 comentários
segunda-feira, 21 de março de 2005
Tenho pressa de chegar...
Eu? Eu tinha pressa em ser alguém na vida.
Fui muito precoce, fiz os 4 anos da escola primária em apenas 2 anos, era deveras inteligente para minha idade.
Depois, não perdi tempo, tive a minha primeira namorada logo aos 8 anos. Acabei com ela aos 9 anos (sim fui eu que acabei, claro!). Era demasiado madura para mim.
E sem mais demoras, fiz-me à vida. Acabei a faculdade aos 14. Dentista.
Depressa saí de casa, já não via o tempo de sair de lá para fora. Arranjei emprego num instantinho.
Aos 17 casei-me pela 1ª vez. Divorciei-me aos 18. Ela era muito vagarosa para o meu ritmo. Rapidamente casei-me uma 2ª vez e mudei de emprego logo de seguida. E de seguida mudei de mulher outra vez. Esta tinha pressa em ter filhos, porque depois já não teria idade para os ter. Finalmente alguém que me compreendia! Bem dito bem feito. Com esta rapidamente tive 2 filhos. Ela prefere dizer que ela é que teve os filhos. Diferentes pontos de vista...
Aos 21 era independente e realizado na vida, tinha casa num sitio agradável, um carro veloz, mulher desembaraçada, 2 filhos, TVCabo com 55 canais (5 canais descodificados), 1 cão nervoso e um periquito esquizofrénico. Enfim, não me podia queixar.
A vida depressa se tornou monótona, os filhos cresciam muito vagarosamente para a minha noção do tempo, o cão com a idade ficou mais calmo (vá-se lá saber porquê!) e o periquito depressa morreu (o único com quem eu me identificava realmente).
Os dias da semana passavam muito devagar e os fins de semana muito rápido... e eu que gostava de ser rápido... (este pormenor sempre me fez confusão). "Nunca mais é 6ª feira!" Era o meu 1º pensamento às 2ªs feiras de manhã. Depressa este se tornou o pensamento de sábado à noite. "Amanhã já é Domingo! A véspera de 2ª feira!" E consegui ser ainda mais rápido! Na 6ª feira à noite, à saída do trabalho já estava eu a pensar: "Amanhã é Sábado! A véspera da véspera de 2ª feira!! NUNCA MAIS É 6ª FEIRA!!!!"
Tinha que mudar de vida e rápido, antes que fosse tarde demais! Antes que tudo se tornasse num grande aborrecimento. Antes que a vida se tornasse lenta e insuportável e vazia de estímulos. Fartei-me do emprego, da mulher, dos filhos, do cão e do falecido periquito (foi cremado). Peguei nas poupanças e levei o carro veloz.
Troquei de carro por um que andava mais rápido. Vendi o carro.
Viajei pelo mundo todo. Conheci quase tudo. E voltei. Parecia que nada tinha mudado. Quanto mais tempo estava fora mais as coisas pareciam estáticas e iguais aquelas que tinha deixado para trás.
Agora estou aqui, sentado num sofá de 1 lugar, neste lar de 3ª idade, com uma TV de 4 canais, a olhar para gente com a mesma idade que eu. Eu que sempre fui precoce, nunca pensei que existissem pessoas com a mesma idade que eu.
Estranho, eu que sempre tive pressa em chegar aqui... pressa em sair de onde não me sentia bem, agora quero que o tempo passe bem devaaaagariiinho. Agora preciso de tempo, quero mais tempo, preciso de mais tempo! Mais tempo para pensar em tudo o que não pensei porque queria que o tempo passasse rápido.
Porque daqui até à morte é um instantinho.
Jean Paul Sartre
The Divine Comedy
"Tonight We Fly"
Tonight we fly
Over the houses
The streets and the trees
Over the dogs down below
They'll bark at our shadows
As we float by on the breeze
Tonight we fly
Over the chimney tops
Skylights and slates -
Looking into all your lives
And wondering why
Happiness is so hard to find
Over the doctor, over the soldier
Over the farmer, over the poacher
Over the preacher, over the gambler
Over the teacher, over the writer
Over the lawyer, over the dancer
Over the voyeur, over the builder and the destroyer,
Over the hills and far away
Tonight we fly
Over the mountains
The beach and the sea
Over the friends that we've known
And those that we now know
And those who we've yet to meet
And when we die
Oh, will we be
That disappointed
Or sad
If heaven doesn't exist
What will we have missed
This life is the best we've ever had
Despejado por Unknown às 00:25 1 comentários
terça-feira, 8 de março de 2005
Aqui dentro, nada de novo...
Devido a esta minha situação actual (e à situação da chata da Simone), esta cançoneta não me sai da cabeça nem descola do gira-discos.
"God's Away On Business"
Tom Waits/Kathleen Brennan
I'd sell your heart to the junkman baby
For a buck, for a buck
If you're looking for someone
To pull you out of that ditch
You're out of luck, you're out of luck
The ship is sinking
The ship is sinking
The ship is sinking
There's leak, there's a leak, in the boiler room
The poor, the lame, the blind
Who are the ones that we kept in charge?
Killers, thieves, and lawyers
God's away, God's away,
God's away on Business. Business.
God's away, God's away,
God's away on Business. Business.
Digging up the dead with
A shovel and a pick
It's a job, it's a job
Bloody moon rising with
A plague and a flood
Join the mob, join the mob
It's all over, it's all over, it's all over
There's a leak, there's a leak, in the boiler room
The poor, the lame, the blind
Who are the ones that we kept in charge?
Killers, thieves, and lawyers
God's away, God's away, God's away
On Business. Business.
God's away, God's away,
On Business. Business.
[Instrumental Break]
Goddamn there's always such a big temptation
To be good, To be good
There's always free cheddar in a mousetrap, baby
It's a deal, it's a deal
God's away, God's away, God's away
On Business. Business.
I narrow my eyes like a coin slot baby,
Let her ring, let her ring
God's away, God's away,
God's away on Business.
Business...
ass: Jean Paul Sartre
Despejado por Unknown às 13:48 1 comentários
terça-feira, 25 de janeiro de 2005
Está lá? Quem fala?
Kant e espante as suas mágoas.
Oiça a música aqui: Está lá? Quem Fala?
"Eu Só Telefonei Para Dizer Que Te Amo"
por Maravilhoso Esteves
Não há fim de ano, para celebrar
Não há chocolate coberto de bombons em forma de coração para dar
Não há 1º dia de Primavera,
Não há canção para cantar,
A bem dizer, este é apenas mais um dia vulgar
Não há chuva de Abril,
Não há o desabrochar das flores,
Não há casamento ao Sábado no mês de Junho
Mas o q'é q'é issó meu?
É algo verdadeiro
Feito destas três palavras que eu tenho que te dizer ao ouvido
Eu só telefonei para dizer que te amo,
Eu só telefonei para dizer o quanto me preocupo,
Eu só telefonei para dizer que te amo,
E vem direitinho do fundo do meu coração.
Não há a época alta do Verão
Não há o calor de Julho
Não há lua da colheita para iluminar a ternurenta noite de Agosto
Não há brisa de Outono
Não há folhas a cair
Nem mesmo os pássaros a voar para os céus do sul.
Não há sol de balança
Não há Carnaval
Não há Dia de Todos os Santos para toda a alegria de Natal que tu trazes contigo
Mas o q'é q'é issó meu?
Apesar de ser tão velho e ao mesmo tempo tão novo
Para encher o teu coração como nenhumas três palavras conseguirão fazê-lo
Eu só telefonei para dizer que te amo,
Eu só telefonei para dizer o quanto me preocupo,
Eu só telefonei para dizer que te amo,
E vem direitinho do fundo do meu coração.
Eu só telefonei para dizer que te amo,
Eu só telefonei para dizer o quanto me preocupo,
Eu só telefonei para dizer que te amo,
E vem direitinho do fundo do meu coração.
Do meu coração!
Do meu coração!
Tradução: Jean Paul Sartre
Despejado por Unknown às 03:38 2 comentários
sexta-feira, 21 de janeiro de 2005
Olá!
"Olá!"
Por Lionel Rijo
Oiça a música aqui: OLÁ! E cante! Não confundir com Kant ...
Eu tenho estado sozinho contigo, dentro da minha mente.
E nos meus sonhos eu beijei-te os lábios, milhares de vezes.
Por vezes eu vejo-te passar do lado de fora da minha porta.
Olá!
É por mim que estás a procurar?
Posso vê-lo nos teus olhos, posso vê-lo no teu sorriso.
É tudo aquilo que eu sempre quis possuir e os meus braços estão totalmente abertos
Porque tu sabes o que dizer e tu sabes o que fazer, tu...
E eu quero-te tanto dizer...
Eu te amo
Eu anseio por ver o reflexo do sol no teu cabelo
E dizer-te vezes sem conta, como me preocupo contigo.
Por vezes sinto que o meu coração vai exceder a sua capacidade de armazenar sangue
Olá!
Tenho mesmo que te deixar saber!
Porque eu imagino onde estarás tu, e imagino o que farás tu
Estarás nalgum sítio a sentir-te sozinho, ou estará alguém a amar-te o rabo!?
Diz-me como ganhar o teu coração, porque eu não tenho nenhuma pista.
Mas deixa-me começar por dizer...
Eu te amo
Porque eu imagino onde estarás tu, e imagino o que farás tu
Estarás nalgum sítio a sentir-te sozinho, ou estará alguém a amar-te o rabo!?
Diz-me como ganhar o teu coração, porque eu não tenho nenhuma pista.
Mas deixa-me começar por dizer...
Eu te amo
Tradução: Jean Paul Sartre
Despejado por Unknown às 04:14 1 comentários
quarta-feira, 19 de janeiro de 2005
O Estrangeiro Extra-Terrestre de Titan
EU QUERO SABER O QUE É O AMOR
Estrangeiro (Foreigner)
Tenho que tirar algum tempo
Algum tempo para repensar as coisas
É melhor eu começar a ler entre as linhas
No caso de precisar quando for mais velho
Agora tenho que subir esta montanha
É como se tivesse o mundo inteiro em cima dos meus ombros
Através das nuvens vejo o amor a brilhar
Que me mantém quente à medida que a vida se torna fria
Na minha vida tenho tido dores de coração e sofrimento
Não sei se vou conseguir passar pelo mesmo outra vez
Não posso parar agora, viajei de tão longe
Para mudar esta vida solitária
Eu quero saber o que é o amor
Eu quero que tu me mostres
Eu quero sentir o que é o amor
Eu sei que tu me podes mostrar
Vou tirar algum tempo
Algum tempo para olhar à minha volta
Já não me resta nenhum lugar para me esconder
Parece que o amor finalmente me encontrou
Na minha vida tenho tido dores de coração e sofrimento
Não sei se vou conseguir passar pelo mesmo outra vez
Não posso parar agora, viajei de tão longe
Para mudar esta vida solitária
Eu quero saber o que é o amor
Eu quero que tu me mostres
Eu quero sentir o que é o amor
Eu sei que tu me podes mostrar
Eu quero saber o que é o amor
Eu quero que tu me mostres
Eu quero sentir, eu quero sentir o que é o amor
E eu sei, eu sei que tu me podes mostrar
Vamos falar de amor
Eu quero saber o que é o amor, o amor que sinto cá dentro
Eu quero que tu me mostres, e estou a sentir tanto amor
Eu quero sentir o que é o amor, não, tu não te consegues esconder
Eu sei que tu me podes mostrar, Ei!
Eu quero saber o que é o amor, vamos falar de amor
Eu quero que tu me mostres, eu quero senti-lo também
Eu quero sentir o que é o amor, eu quero senti-lo também
E eu sei eu sei, eu sei que tu me podes mostrar
Mostra-me que o amor é real, Ei!
Eu quero saber o que é o amor...
Mostra-me, Mostra-me, Mostra-me
Tradução: Jean Paul Sartre
Despejado por Unknown às 04:39 3 comentários
terça-feira, 18 de janeiro de 2005
Recomendações narcisísticas
A não perder:
«I like walking in the park
When it gets late at night
I move 'round in the dark
And leave when it gets light
I sit around by day
Tied up in chains so tight
These crazy words of mine
So wrong they could be right
What do i get out of this
I always try, i always miss
One of these days you'll go back to your home
You won't even notice that you are alone
One of these days when you sit by yourself
You'll realise you can't shaft without someone else
In the end you will submit
It's got to hurt you a little bit
Sub-Culture (New Order "Low-life")
Letra: Bernard Summer»
A última posta d'O Pretencioso, num dos blogues de referência, Lixo (http://lixonline.blogspot.com/).
Despejado por Henrique às 12:52 0 comentários
quinta-feira, 13 de janeiro de 2005
Salpicos amarelados
Verdade seja dita, com este frio não apetece nada mijar sentado.
ass: Jean Paul Sartre
Despejado por Unknown às 22:43 0 comentários
quarta-feira, 12 de janeiro de 2005
O bloco do Joaquim (1)
Desde que o colocaram no poço , Joaquim ganhara um súbito interesse pelo desenho.
Perante as 2 toupeiras que tinha como companhia, o bloco que lhe tinham dado como comida parecia, de facto a opção mais racional.
Nunca mais se ouviu falar de joaquim nem das toupeiras , mas o seu bloco agora desfragmentado alimentou as mais variadas teorias.
Despejado por Anónimo às 10:07 6 comentários
domingo, 9 de janeiro de 2005
Lixo Memórias
Estive cá a pensar e...
Imaginei a seguinte história em que o personagem principal tivesse um estilo de actuar e falar bastante singular:
Um gajo em quem ninguém acreditava em nada do que fizesse ou dissesse...
Mas a sua intenção em falar assim não era de malícia ou sequer malvadez. Apenas teve o azar de nascer com um estilo de prosa que é sempre mal interpretado pelos outros.
Um gajo que assimilava todos os tiques mentirosos, maliciosos e sarcásticos dos outros ao seu redor e que depois, naturalmente, devido à sua tendência utilizava esses mesmos maneirismos "maléficos" para comunicar.
Não conseguia parar, era inevitável... Ele bem tentava contrariar a sua tendência, mas esta era demasiado forte... dia após dia, ano após ano a sua verborreia comunicativa era cada vez mais densa e eficaz no efeito destrutivo que causava nos outros.
Um gajo que optou por ficar mudo para o resto da vida...
Até que um dia chegou à conclusão que só isso não bastava e resolveu isolar-se completamente de todos aqueles que pudessem ter uma má influência sobre ele...
Fugiu para os Alpes Suíços e tal não foi o seu espanto, quando num vale profundo encontrou uma comunidade de gajos, que como ele, haviam tido a mesma ideia de fugir para aquele sítio, devido exactamente às mesmas circunstâncias.
Falavam todos como ele e todos absorviam uns dos outros esses mesmos modos... Até que não restava nada para absorver.
Sempre que chegava um novo refugiado (vulgo reco), havia uma assimilação quase instantânea dos seus modos por parte de todos. E desta forma a comunidade ia crescendo cada vez mais e mais...
Como eram as únicas pessoas ali e todos tinham as mesmas tendências em falar deste modo, ninguém se irritava com ninguém, porque sabiam de antemão que a maneira de falar de todos era apenas isso mesmo... uma maneira de falar.
A vida nesse sítio podia até ser considerada bastante monótona... mas muito pacífica, apesar do palavreado aparentemente irritante, sarcástico e egoísta de toda a comunidade... a paciência abundava.
Ao fim do primeiro dia, o nosso amigo recém chegado estava finalmente em casa. Tinha finalmente encontrado a paz que lhe fugira durante toda a vida. Até que na alvorada do segundo dia, quando todos ainda dormiam, do meio do denso arvoredo surgiu um Marmoto* gigante e comeu toda a comunidade às dentadas.
FIM
*Marmoto
O Marmoto é uma espécie de Esquilo da Mongólia
Nome científico: Meriones unguiculatus
O Marmoto não é muito apegado ao dono como o cão. O Esquilo da Mongólia ou Marmoto tem intensos instintos de animal selvagem. A expectativa de vida deste animal é de três anos, mas pode chegar até aos quatro anos de vida. O Marmoto é nativo das áreas desérticas da Mongólia e nordeste da China, são animais fáceis de serem mantidos em cativeiro, mas se conseguem fugir...
No seu ambiente de regiões desérticas e semi-desérticas, vivem em tocas escavadas sob a areia e passam o dia arrumando a casa, são activos de dia e à noite, mas não são barulhentos. No seu habitat natural, vive em bandos de até 40 animais. Embora já tenham sido vistos a deambular sozinhos esbracejando repetida e frenéticamente os braços por cima da cabeça...
O Marmoto é um excelente animal de companhia, gostam de roer papelão, tubos de papel higiênico (aqueles rolos de papelão que ficam no meio do papel higiênico), madeiras e outros. São facilmente manuseados, mas, se forem mal tratados, podem ficar agressivos...
É um animal limpo, curioso, e, ao contrário do que muita gente acredita, são muito desarrumados, adoram retalhar papel e espalhá-lo pela gaiola. O Marmoto é um dos 10 animais de estimação favoritos nos lares americanos e a sua criação tem vindo a aumentar cada vez mais na Suécia...
Características do Marmoto:
É pequeno (embora já tenham sido avistados Marmotos com mais de 10 metros de altura nas florestas virgens da Mongólia), com cerca de 10 cm de corpo e quase nove de cauda, patas dianteiras pequenas, com as quais apanha os alimentos. As patas são maiores com média de 3 cm; olhos grandes, orelhas pequenas e sensíveis ao menor som; já os dentes incisivos da frente, como os do coelho, crescem durante toda a vida... Aqueles que não param de crescer são abandonados pela comunidade...
A sua cor original é o marrom-dourado com as pontas do pêlo pretas. Mas existem varias mutações obtidas em cativeiro, marrom claro, marrom escuro, preto, preto-amarronzado, albino (com os olhos vermelhos), cinza, cinza-amarronzado, ouro prateado, entre outras.
Evite dar banhos ao Marmoto, isso pode provocar problemas sérios de saúde, como por exemplo: pneumonia. Podendo também assumir um comportamento altamente vingativo e destrutivo sem uma razão aparente que justifique tal acto...
ass: Jean Paul Sartre
Despejado por Unknown às 11:36 11 comentários